Hoje é um dia sem muitas palavras. Sou da época em que sexta-feira santa, era santa e sagrada mesmo. Minha mãe não deixava ligar a televisão, fazíamos jejum, comida era bem simples e pouca mesmo. Um dia de oração, silêncio e sofrimento. Não como hoje, dia de comer muito bacalhau, de fazer festa, de passear, de gargalhar...
Além da história bíblica que aprendi desde pequena, mas há pouco tempo consegui compreender, ficam na memória os cantos ao longo das procissões e minha mãe e meu pai, juntos, rezando e se sensibilizando com esse fato que muito nos diz, essa marca tamb´me ficou em mim.
Hoje, já crescida, compreendo a importância de vê-los juntos e de todo aquele silêncio. Mesmo sabendo da morte de Jesus por nós, na cruz, hoje o que me chama atenção é o amor de Maria por seu filho.
Como sofreu aquela mãe por seu filho, a cada pedra que nele jogavam, a cada palavra de dúvida que profetizavam, mas ela permaneceu sempre ali, ao seu lado, apoiando suas atitudes, muitas vezes sem compreender. Isso é fé!
Outras duas coisinhas também me sensibilizam nesta data, a frase dita por Jesus, de piedade e humildade
"Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem". Fico pensando no tamanho de sua confiança e na alma cheia de bondade, para pensar nos outros e não em si mesmo naquele momento de dor.
Outro momento é a falta de piedade que todas aquelas pessoas demonstravam uns com os outros, humilhavam, batiam, mentiam e tinham atitudes desonestas, estamos falando de que ano mesmo? Algo tão antigo e cheio de história, mas tão vivo e presente até hoje.
Será mesmo que isso tudo se repete, diariamente? Muitas mães choram por seus filhos castigados, outras pelos filhos que trilham caminhos errados, muitos pagam o preço por atitudes impensadas, outros são tentados e se entregam aos delírios e desejos de uma vida fácil....
Bem, para um dia de silêncio, acho que já falei demais!
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