Ser Miss é ser assim...

" Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes... tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem eu não sou.
Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre."

Clarice Lispector

19.7.13

Como se acostumar com a ausência?







Algumas passagens dos últimos dias me trouxeram na memória uma insegurança de minha adolescência... o medo de perder quem amo.
Passava muitas noites com aquele aperto no peito, uma dificuldade de passar para o sono e pensamentos obscuros sobre uma vida sem meus amores...pai e mãe, na época.
Com o passar do ano, os amores aumentaram...marido e filha, mas o medo, foi sumindo, raramente esse pensamento volta a me atormentar. Acho que comecei a aproveitar melhor meus dias, principalmente dando tudo que posso para todos esses amores. Viver em dia com o amor nos torna menos culpados e mais realizados.
No ano passado, quando descobrimos o câncer do meu pai e depois de todo o processo cirúrgico, hospitalar e de recuperação, aquele medo voltou um pouco, mas diferente de tempos atrás. Era um medo de ver quem se ama sofrer e um acreditar em dias melhores que foi me deixando mais tranquila.
Não sei como aprendi a mudar esse meu medo, gostaria de ensinar a quem ainda sofre,  creio que cada um de nós temos nosso caminho e ao longo dele aprendemos oq precisamos.
Hoje, esse medo passou por meus pensamentos, novos exames, novas notícias e fiquei pensando, como lidar coma ausência de quem se ama?
Acho que o melhor a fazer é pensar no quanto do outro carrego dentro de mim...
Das pessoas que amo, levo a cada novo dia, a determinação de viver intensamente. Aprendi com eles a batalhar pelos sonhos, a correr em busca de um ideal e não ter medo do trabalho.
Aprendi a ouvir mais e ponderar, as pessoas desse mundo precisam de bons ouvidos e bons abraços, conquistamos amigos eternos assim. Também aprendi, não tão feliz, que nem sempre o mundo nos retribui da mesma forma. Vi o quanto as pessoas se doam e o tão pouco que recebem de volta, contudo, conclui que é assim que conquistamos nossa paz interior, dando aos outros aquilo que podemos e percebemos...receberemos um dia!
Por tudo que penso, a cada dia que lutei, a cada batalha que venci, posso ver dentro de mim sementes que foram plantadas... antes de qualquer decisão não posso deixar de pensar “Como será que agiriam? Que pensam disso?” e assim, um novo broto surge e os traz de volta, para perto de mim...
É difícil se acostumar com a ausência, principalmente de quem sempre se fez muito presente, com carinho, com palavras ou sem, mas com muito valor... deve ser difícil!
Quem sou eu para dar esse título a um texto...acho que nunca passei verdadeiramente por essa situação, contudo, minha imaturidade já me fez passar por milhões delas e sofri igualmente, tudo dentro da minha mente.
No dia de hoje, tenho certeza que muitas pessoas sofrem uma perda, sofrem por uma má notícia, por uma separação...por qualquer que seja o problema, nenhum pode ser medido, depende de cada história... porém fico compadecida com essa pessoas que se tornam mais vivas e mais desejosas de viver...mesmo após longas caminhadas.

No fim, a gente se acostuma a muita coisa...precisamos criar o hábito de nos acostumar a agradecer e estar ao lado de quem amamos, vivendo dia a dia e colhendo as mais lindas sementes que podemos, para que um dia, quando partirem, para semear em outros lindos campos, fiquem ainda, muita flores para perfumar nossas vidas...

Um comentário:

Maria Helena Mueller - Lelê disse...

Concordo Juliana!
Com o passar dos anos, de nosso aprendizado e até nossa evolução espiritual; aprendemos e encaramos nossos receios de maneira diferente, como também aprendemos a valorizar mais os momentos que passamos ao lado das pessoas que amamos!
Este é o segmento da vida (não menos doído) mas aprendendo a seguir em frente!
Bjs no coração, Lelê.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...