Ser Miss é ser assim...

" Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes... tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem eu não sou.
Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre."

Clarice Lispector

22.2.13

Erro, culpa e recomeço - o ciclo sem fim!

 
Quem não faz parte desse ciclo sem fim?
Sou uma pessoa que detesta errar, (ah tá, quem gosta!?) e que depois de errar, adora se culpar, sofrer e sofrer... já fui pior, mas ainda não sei sair desse ciclo pouco humano!
Sempre me pergunto se aquela cara feia foi sobre algo que disse, se o sumiço foi sobre algo que fiz, se o recado mórbito do face é para me dar um toque... nossa, baixou a Miss louca!
Tento e muito seguir minha vida mesmo diante das situações acima, que graças a Deus, raramente são por minha causa... Mas isso pouco importa, o que me deixa muito triste é como me sinto diante delas... Será que tem gente que sofre loucamente de culpa como eu!?
Adorei a reflexão de Ronaldo Magella que encontrei após digitar "culpa" no google... e, a perfeição foi resgatar na memória a letra de Lulu Santos... no finzinho dela!
Dia após dia, dou  um passo além na minha libertação!
 
 
 
Todos nós erramos. Faz parte da vida. Algumas vezes erramos e cometemos pequenos delitos, falamos palavras torpes, insensatas, praticamos atos ignóbeis, e, em outras oportunidades somos atores de grandes e trágicas situações.
Mas invariavelmente, todos nós, de uma forma ou de outra erramos. A grande questão é, como nos posicionamos diante de tais ocorrências. Como diria Lair Ribeiro, não é o que acontece na vida que é importante, mas como você reage ao que lhe acontece.
Em geral, seguimos sempre os mesmos roteiros, erramos, nos culpamos, não nos perdoamos e não recomeçamos. A nossa proposta é, já que o erro existe, uma vez que somos criaturas imperfeitas, e o sentimento de culpa, isso para as mentes conscientes dos seus deveres e direitos, irá desabrochar, que possamos mudar o itinerário: errar, culpar-se, perdoar-se e recomeçar.
Como diz Manoel Philomeno de Miranda, no livro Nos Bastidores de Obsessão, “se alguém incide em erro, que se levante do equivoco e recomece o trabalho da própria dignificação. O erro representa lição que não pode constituir látego, mas ensejo de enobrecimento pela oportunidade que faculta para a reparação e o refazimento”. pg. 102
Errar nos permite enxergar que somos humanos, imperfeitos, suscetíveis de tropeços. Aquele que erra nada mais é do que um ser humano, com suas virtudes e defeitos. Permite-nos ainda, errar, descermos do nosso orgulho e da nossa vaidade ilusória.
O grande mal é o sentimento de culpa, de revolta, remorso que nos acontece nesses ímpares e pares momentos da nossa vida. Poucos de nós aceitamos erros. Errar pra nós é uma vergonha, mesmo quando estamos sozinhos, nos sentimos pequenos diante do mundo e de nós mesmo.
Miranda, no já citado livro, nos aconselha a não cultivarmos tais ressentimentos, uma vez que “a consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou arbitraria. E o remorso, que lhe constitui dura clave, faculta o surgimento de ideias-fantasmas apavorantes que ensejam os processos obsessivos de resgate de dívidas”.
A proposta é de autor perdoar-se, aceitar os defeitos e desafios e recomeçar de onde parou. Uma atitude positiva diante da vida. Entender que a sabedoria e o conhecimento não é logrado num gesto único, mas diante de varias e infinitas de tentativas e possobilidades.
Errar, sim, erramos, é natural. Culpar-se, não, por quê? Melhor analisar-se, reflexionar em torno da vida e seguir. Perdoar a si próprio, sim, porém não manter uma conduta passiva diante dos fatos, combatê-los, expurgá-los, erradicá-los. E sempre, sempre recomeçar.
Como diz a letra do Lulu Santos, “já não tenho dedos pra contar de quantos barrancos despenquei, de quantas pedras me atiraram e quantas atirei. Tanta farpa, tanta mentira, tanta falta do que dizer, nem sempre é “So Easy” se viver. Hoje eu não consigo mais me lembrar de quantas janelas me atirei e quanto rasto de incompreensão eu já deixei. Tanto bons quanto maus motivos, tantas vezes desilusão, quase nunca, quase nunca a vida é um balão. Mas o teu amor me cura de uma loucura qualquer e encostar no teu peito e se isso for algum defeito, por mim, tudo bem.
Só o amor cura."
 

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...